texo que a Karen Akerman escreveu sobre Um homem sem mulher para a mostra do filme livre.
Um Homem sem Mulher
“O “Tempo íntimo” de Homem sem Mulher. Um filme que tenta viver (respirar) a intimidade ao invés de discursar sobre o íntimo”. Ricardo Pretti
Uma porta fechada. O réquiem em ré menor de Mozart surgindo no início do filme, nos conduzindo discretamente e delicadamente a adentrar na intimidade do homem. A masturbação aflita, desesperada, só. A música termina junto com o gozo e nos faz ficar a sós com esse homem que está se deparando com a sua solidão. A partir daí acompanhamos, em um tempo corajosamente real, a trajetória do nosso anti-herói em busca de um alívio ou uma resposta ou um sentido ou tudo aquilo que se perde quando se leva um chute na bunda. Não saber o que fazer, pensar no que não foi, sair sem rumo, pensar em nada, procurar um amigo, falar sobre a vida, encher a cara, insistir no que já não é mais, se retirar, experimentar a passagem do tempo em silêncio.
Neste filme bastante singular o que chama a atenção é a forma com que os diretores Luiz e Ricardo Pretti, (sendo o primeiro o câmera e o segundo o ator do filme) expressam o sentimento do personagem através de um tempo que é real – em todos os sentidos – seja o sentido do “passar do tempo” (a duração da experiência do início ao fim do filme) como também no improviso dos atores que vivenciam muito mais do que interpretam aqueles personagens. Ficamos sem saber até que ponto são reais ou criados ali, no momento do plano.
Karen Akerman
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
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Um comentário:
que otimo vivenciar em palavras
imagens distantes e um sentimento atual do filme
deu vontade de assistir denovo!
com olhos mais proximos
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